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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

19 jun

“Filme de viagem” à China revela nova face de Daniel Vilela, agora comprometido com a economia

Diz-se que certas viagens mudam as pessoas. No cinema, por exemplo, há até o gênero “filme de viagem”. Alguém faz um périplo e passa por impactos pessoais e culturais que acabam refundando a sua vida. A missão de empresários e autoridades goianas comandada pelo vice-governador Daniel Vilela à China pode ser um desses casos, porém politicamente falando. O Daniel da ida é um, o da volta provavelmente será outro.

Trata-se de um dos momentos de maior responsabilidade na carreira do vice-governador. Não o único. Ele já presidiu, por exemplo, a comissão mais importante da Câmara dos Deputados, a de Constituição e Justiça. Relatou projetos da maior relevância para o Brasil, chegando até mesmo a se tornar um expert em comunicações tecnológicas. A China, contudo, é diferente. Pelo volume da agenda e pela amplitude dos contatos, parece ser algo monumental em se tratando dos interesses do Estado.

 

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Antes de decolar, Daniel se preparou com uma imersão que não tinha ainda na economia. Do país, claro, mas especificamente de Goiás. Suas entrevistas, discursos e declarações, em uma extração acurada dos numerosos releases sobre a viagem, mostram um preparo que não se sabia que o vice detinha. Óbvio que há muito estudo por trás e sinais consistentes de experiência, apesar da pouca idade, embasada em uma trajetória política vitoriosa, de vereador, deputado estadual, deputado federal e candidato ao Palácio das Esmeraldas até chegar ao atual mandato ao lado do governador Ronaldo Caiado. É um currículo riquíssimo, já.

O “filme de viagem” de Daniel Vilela à China indica uma transformação. Surgiu um político convertido em formulador de ideias e propostas econômicas. A gestão Caiado 2 tem campo para muito trabalho, nesse particular. Para a Saúde, a liderança é do próprio governador. Nos programas sociais, opera com êxito a primeira-dama Gracinha e sua assessoria técnica qualificada. A professora Fátima Gavioli segue bem-sucedida na Educação. Nas obras, desponta Pedro Sales, revelado pela Goinfra, hoje o secretário que deslancha no guidão do maior programa de infraestrutura jamais visto dentro das fronteiras estaduais. E outros mais, só que não na política econômica. Agora, quem ocupa esse espaço é Daniel Vilela.

Caiado é o ponto de convergência de tudo o que ocorre no seu governo e não abre mão disso. É centralizador? Sim, como todo governante. No entanto, ele dá corda. Daniel Vilela abrindo portas pela Terra do Meio afora é uma prova de espírito aberto a contribuições e inovações. Caberá ao vice, no regresso, aprofundar o seu papel, que já é relevante muito acima de quaisquer dos seus antecessores recentes. E que ele exerce com sobriedade e respeito pelo titular, sem exigências e plenamente dotado de sentido colaborativo. É perfeito, com a vantagem adicional de pavimentar o caminho rumo às eleições de 2026, quando será o candidato da base governista à sucessão de Caiado.

Avançar na frente chinesa de negócios, hoje o filé do mundo empresarial em todo o mundo, legitimou Daniel Vilela em um contexto muito maior que o da mera política regional. Abriu perspectivas na economia, face aos resultados projetados para parcerias e intercâmbio comercial com Goiás. A China já tem um peso preponderante nessa área: em, 2022, monopolizou praticamente 50% das vendas do Estado para o exterior e não para de ampliar essa margem. Havia, portanto, uma oportunidade e o vice aproveitou. Daniel Vilela, daqui em diante, está colocado no polo da economia do governo Caiado 2.