Tarde demais: mudanças cosméticas não vão salvar a reeleição do “prefeito Rogério”
Marqueteiros eleitorais costumam adotar, como primeira providência ao serem contratados, uma espécie de ajuste da imagem do candidato com base no que pode ser chamado de pura cosmetologia política. Assim, o candidato tucano a presidente Geraldo Alckmin, em 2006, virou “Geraldo”, na tentativa de criar uma identificação popular. Da mesma forma, os publicitários transformaram o candidato a governador de Goiás José Eliton, em 2018, em um artificial “Zé”. E assim por diante pelo Brasil afora. Detalhe relevante: nem “Geraldo” nem “Zé” se deram bem. Perderam feio, aliás.
A fita se repete agora com a iminência das eleições municipais: o prefeito Rogério Cruz passou a ser tratado como “prefeito Rogério” nos releases oficiais. O “Cruz” foi cortado por remeter a uma ideia de sofrimento e aflição. Na vizinha Aparecida, repete-se a estória, em sentido contrário: entre os aliados, todos estão proibidos de chamar o prefeito de Vilmarzim, mesmo se sabendo que, com esse apelido diminutivo, ele conseguiu quatro mandatos de vereador e um de vice-prefeito. A ordem é usar “Vilmar Mariano” para vender uma voz de comando mais pomposa para os aparecidenses.
Olhando de longe, a um ano e dois meses do próximo pleito, parece difícil acreditar que esse tipo de micro intervenção na imagem de Cruz e Vilmarzim poderá trazer benefícios. Afinal, prioriza-se a forma, em detrimento do conteúdo – que seria em resumo a própria gestão de cada um, o que fazem e o que levam para a população em termos de confiança e conquistas. Pelas pesquisas que mostram a baixa aprovação dos seus governantes, Goiânia e Aparecida parecem convencidas de que não há conveniência nenhuma em atribuir mais quatro anos a ambos. “Prefeito Rogério” e “Vilmar Mariano” estão pegando cobra na mão pensando que é graveto. Pior: enxergando o eleitorado como reles massa de manobra, moldável por expedientes baratos. Não funciona.
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