A tunga do PAC: sumiram R$ 36,1 bilhões dos investimentos destinados a Goiás
Na apresentação inicial do PAC 3, há dois meses no Rio de Janeiro, com a presença do presidente Lula, a lista de investimentos destinados a Goiás somava R$ 98,5 bilhões, parte herdada dos recursos previstos pelos PAC 1 e 2 que nunca chegaram ao Estado. Já era uma notícia recebida com desconfiança, diante do fiasco das versões anteriores do programa quanto a cumprir o prometido. Pois bem: no lançamento regional do PAC 3 em Goiânia, nesta quinta, 21, apareceram novos e surpreendentes números. Sumiram exatos R$ 36,1 bilhões, restando, na retórica do governo federal, R$ 62,4 bilhões.
Ainda é muito dinheiro e ninguém vai recusar. Claro, já se sabe de antemão que nem tudo se tornará realidade, como manda a tradição dos anúncios de obras e ações das gestões petistas. Essa turma é aficcionada por um bom marketing e, não é ofensivo dizer, já que é verdade, gosta de trabalhar com a desinformação do público em geral. Mas são exageradamente elevados os recursos suprimidos – R$ 36,1 bilhões, uma fábula. Há um quê de desconsideração pelo Estado nisso aí, impressão que se agrava quando se lembra que Lula parece ter alguma ojeriza pelas goianas e pelos goianos. Nunca ganhou eleições aqui. Não vem há mais de 10 anos. Na campanha presidencial de 2022, foi a todos os recantos do país, menos… a Goiás.
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Quer dizer: cortar verbas paquianas de qualquer Estado passaria até despercebido, nunca no caso de Goiás. Uma agravante é que deputados federais do PT como Adriana Accorsi e Rubens Otoni não deram um pio para defender ou justificar a redução. Competiria a eles explicar melhor o que houve, não apenas aceitar a simplificação de que as dotações retiradas foram enviadas para as Forças Armadas. No entanto, se calaram. De resto, essa foi a linha seguida pelos parlamentares da bancada federal, inclusive senadores, sem distinção de partidos. Todos se quedaram.
Só que o prejuízo é grande para tanta omissão. De antemão, já se sabe que nem tudo que restou será realizado um dia. Os PAC 1 e 2 são a maior prova. Não aportaram em Goiás nem 40% dos valores compromissados, conforme uma avaliação da insuspeita Universidade Federal de Goiás. Papel, papel e ponto final. Nada leva a crer que, nessa nova versão, algo seria diferente. A prioridade dos petistas é, sempre foi e continuará sendo a busca por holofotes. Significa que, dos R$ 62,4 bilhões confirmados como expectativa, no máximo um terço se efetivará um dia.