Ninguém leva a sério o tal Instituto Harpia do Major Vitor Hugo – e é mesmo um equívoco
Para começo de conversa, o nome escolhido foi de uma infelicidade monumental: Instituto Harpia, alusão a uma ave de rapina parecida com um abutre, encarregada, na mitologia grega, de levar os mortos para o inferno. Sim, existe uma espécie de gavião, no Brasil, que também é chamado de harpia e está praticamente extinto. Pois foi essa a simbologia escolhida pelo Major Vitor Hugo para batizar o seu “instituto de estudos”, na verdade um reles esquema de marketing para a divulgação do que ele imagina conceitos de direita no Brasil.
Major Vitor Hugo é um homem simplório. Basta ouvir as suas falas ingênuas declarando a sua paixão pelo amigão Jair Bolsonaro e pelo que ele acredita ser o campo conservador. Sempre arrastando no “ssshhhh” característico do estereótipo do malandro carioca, cidade onde ele foi educado depois de nascer e se mudar da Bahia. Sua pretensão é ousada: discutir os problemas brasileiros e formular estratégias para o futuro, ao mesmo tempo em que formaria lideranças para defender a “ideologia” bolsonarista. Isso é ridículo. O lugar adequado para o debate teórico já existe, é a academia e lá, por ora, só se “fabricam” cérebros de esquerda. Em especial, as universidades federais, celeiros do petismo, do psolismo, do pstuísmo e demais visões do mundo até hoje atreladas ao marxismo. Não há alternativas., mesmo porque, lá, ninguém patina no raso especulativo.
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Nesse ringue, a direita leva uma goleada de 7 a 1. E sem chances de reação, pelo que se vê: quando é que uma bobagem como esse tal Instituto Harpia seria capaz de armar um arcabouço teórico para enfrentar os adversários no campo das ideias. Nunca. Basta ver a agenda do seminário que o Major Vitor Hugo está promovendo em Goiânia, em que aparece uma maioria de políticos bolsonaristas carimbados e supostos professores universitários absolutamente desconhecidos. Pouca coisa se salva (uma delas a discussão sobre a reforma tributária). O resto é um autêntico besteirol, palco para as leviandades e veleidades de um dos grupos políticos mais rasteiros e nocivos da história da Terra dos Papagaios.
Vamos lá: por trás do Harpia, não há pensadores, formuladores ou sequer agitadores culturais. Menos ainda qualquer tipo de inovação intelectual. Com cabeças pobres como essas que estão protagonizando as “mesas de debate” do Instituto, não se chega a lugar nenhum. Fica fácil para a superioridade já estabelecida do pensamento esquerdista no espaço público, que só encontra antagonização nas suas próprias contradições e nas loucuras do Partido dos Trabalhadores, por exemplo defendendo o Hamas terrorista contra o direito de defesa de Israel. O PT beira o antissemitismo, mas… o que é que a turma do Harpia entende disso? E os bolsonaristas não são também preconceituosos e o preconceito básico da humanidade é contra os judeus?
A direita já se empoderou politicamente no Brasil. Conquistou espaços preciosos no Congresso Nacional e no meio empresarial. No entanto, é um zero à esquerda, com o perdão do trocadilho, no mundo acadêmico. Iniciativas carentes de conteúdo, como esse Instituto Harpia e seus objetivos politiqueiros e superficiais, fazem um mal tremendo a um setor da inteligência humana que tem uma contribuição a oferecer e é levada a sério principalmente em países europeus e nos Estados Unidos. Como manifestação de conhecimento, o projeto maluco do Major Vitor Hugo é puro lixo.