Ganhar em Goiânia é desafio que Caiado não pode perder

Eleger um aliado prefeito de Goiânia é um passo fundamental para o futuro político do governador Ronaldo Caiado. Representa, para ele, um toque a mais no processo de construção de uma candidatura presidencial em 2026, ao reunir a seu favor um tripé formado pela espetacular aprovação popular, hoje acima de 80%; a imagem de uma gestão com fartura de resultados palpáveis, em especial no sensível campo da segurança pública; e, a conferir em outubro vindouro, a conversão desses fatores positivos em votos, qual seja a vitória eleitoral na maioria dos municípios, particularmente na capital.
Um tropeção no maior colégio eleitoral do Estado, portanto, seria fatal e comprometeria o equilíbrio da base de sustentação local para as pretensões de Caiado como postulante ao Palácio do Planalto. Perder a eleição municipal no próprio quintal? Nem pensar. A única resposta a esse desafio, para o governador, é vencer. Daí, não só estabilizaria a sua retaguarda estadual como se fortaleceria. Confirmaria o seu sucesso como administrador e como liderança quase unânime. Ficaria liberado para se dedicar à articulação nacional, sem desgastes em casa, livre leve e solto. Melhor, impossível.
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Mas ganhar em Goiânia não é algo assim tão fácil. A eleição de 2024 contará com competidores qualificados, muitos com vantagens incontestáveis. Em tempos de empoderamento feminino, a petista Adriana Accorsi é mulher. Disputou por 2 vezes e tornou-se conhecida do eleitorado. Na outra ponta do espectro ideológico em que ela está situada, aparece Gustavo Gayer, impulsionado pelo bolsonarismo majoritário entre as goianienses e os goianienses. No centro, Vanderlan Cardoso, isolado de tudo e de todos, mas também beneficiário do recall das 2 derrotas face a portentos como Iris Rezende e Maguito Vilela. Espremido entre esses concorrentes, caberá ao representante de Caiado conseguir um lugar e correr atrás de uma vaga no inevitável 2º turno.
Até agora, ninguém sabe quem receberá as bênçãos do governador para carregar o delicado encargo de não prejudicar o seu voo federal. É uma responsabilidade sem tamanho. Pode ser o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot ou pode ser o presidente da Assembleia Bruno Peixoto. Até mesmo, no limite, Vanderlan, uma hipótese com apenas 1% de viabilidade, se tanto. Ou ainda um novo nome, por enquanto inimaginável. Ao contrário dos governantes dos últimos 40 anos, Caiado tem cartas na manga para Goiânia: os 44% de votos conquistados na reeleição de 2022 e a aprovação elevada são os principais. Seu aval, como o sangue de Jesus, terá poder. É parte do caminho. O restante dependerá do candidato. Se falhar, estará atirando no pé do seu patrocinador.