Encontro de Gayer com Caiado estremece a sucessão em Goiânia
No final da semana passada, o deputado federal Gustavo Gayer esteve com o governador Ronaldo Caiado para falar da sucessão em Goiânia. Nas redes sociais, Gayer resumiu o encontro ao que, na verdade, foi um dos detalhes da conversa: “Eu disse: governador, seria uma boa ideia o senhor apoiar o Bruno Peixoto. Ele sempre foi leal ao senhor, sempre foi um cara que trabalhou pelo senhor, se tem alguém que merece o seu apoio é ele. E fui embora”. Muito objetivo e claro. Porém, o pensamento do deputado vai além e, embora priorizando a sua visão de mundo, tem sentido para o encaminhamento da disputa pela prefeitura da capital, do ponto de vista do interesse e necessidade de vitória para a base governista.
Gayer defende um movimento em duas etapas, capaz de realmente pesar na disputa pela prefeitura de Goiânia, um colégio eleitoral de importância estratégica nacional, em especial pela repercussão no debate presidencial de 2026 e com Caiado se colocando cada vez melhor como pré-candidato. Assim, o mais decisivo seria a união da direita (incluído aí o centro), ou seja, uma articulação política e ideológica voltada para se identificar com a base de eleitoras e eleitores, e não um nome específico – o que ficaria para a sequência. Esse nome, seria produzido pelo andamento das pesquisas. O deputado, sim, só citou Bruno Peixoto. E com razão. Hoje, o presidente da Assembleia está em vantagem, mesmo tendo se retirado do processo, em decorrência de fatores incontornáveis como a sua carreira de vereador e deputado sempre bem votado em Goiânia, o cargo que ocupa e a aglutinação de uma esmagadora maioria de partidos e lideranças de todos os níveis de expressão.
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Embora em desvantagem diante de Bruno, outros nomes deveriam ser perpassados pelas pesquisas, a começar pelo próprio Gayer. Em seguida, aleatoriamente, Ana Paula Rezende, Major Vitor Hugo, Romário Policarpo, Lucas Calil e qualquer outro capaz de conseguir uma vaga na roda. Isso daria autenticidade para a seleção destinada a escolher o representante da direita (e, repetindo, do centro). Obviamente, a palavra final seria do governador, sustentando-se na avaliação dos índices de intenções de voto de um por um. Para Caiado, vencer na capital tem a ver com o fortalecimento da sua pré-campanha rumo ao Palácio do Planalto. Perder, nem pensar, ainda mais para o nome petista como o da deputada federal Adriana Accorsi. Em resumo, a preocupação a prevalecer seria vencer em Goiânia, derrotando a esquerda, e não eleger este ou aquele candidato.