Projeto presidencial de Caiado ganha fôlego com brechas abertas por Lula
Como um grande mestre do xadrez, o governador Ronaldo Caiado está se aproveitando das brechas gratuitamente abertas pelo presidente Lula para inflar o seu projeto de candidatura nacional em 2026. Como é notório, a popularidade do petista vem despencando, a partir das suas próprias contradições, falta de novidades no governo e declarações absolutamente desastradas – bem, como o fracasso da estratégia de ocupar espaço entre os principais países do mundo.
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Depois de participar do apoteótico ato comandado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo, Caiado segue com a sua infindável rodada de entrevistas a veículos da imprensa brasileira, quando sempre fala do ponto forte da sua gestão em Goiás – a segurança pública. Lula, ao contrário, foge do assunto como o diabo da cruz. Pior: carece de propostas mínimas para responder a um desafio que aparece em 1º lugar nas preocupações da população em três pesquisas recentíssimas dos institutos Quaest, Atlas/Intel e Ipec (antigo Ibope), os mesmos que apontaram uma queda acentuada na popularidade do presidente.
O problema da segurança não é de Lula, é da esquerda em geral, incapaz de lidar com o combate ao crime porque justifica a delinquência como fruto inevitável das desigualdades sociais e daí oferece complacência. Ladrão de celular, segundo essa visão, é um pobre coitado, mas o mesmo não se aplica a quem comprou o aparelho em 24 prestações e de repente acaba assaltado e muitas vezes fisicamente agredido (ou assassinado). Lula, com mais de ano de mandato, vale lembrar, não tem ainda uma única iniciativa visando a promover a paz social no Brasil. E sem falar na animosidade permanente e na pregação da polarização ideológica acima de tudo.
Caiado, bem-sucedido em Goiás, onde todos os índices de violência caíram drasticamente e continuam caindo, navega sozinho nessa oportunidade oceânica. Agora, vai para Israel, ao lado do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, em uma missão diplomática extraoficial destinada a se contrapor aos ataques de Lula e do PT ao Estado judeu. Atenção, muita atenção: é a primeira ação política conjunta da dupla Tarcísio-Caiado. Pouca gente sabe que Tarcísio é a única alternativa à sucessão presidencial que faria o governador goiano recuar, nesse caso para compor a chapa como vice-presidente.
É cedo para isso, contudo. Por ora, são só especulações. A enxurrada de equívocos de Lula favorece os dois hoje maiores nomes da direita – esclarecida, diga-se de passagem – para 2026. Há uma diferença a considerar: Caiado admite e trabalha ostensivamente pela sua candidatura, enquanto Tarcísio não fala sobre as suas possibilidades e repete sempre ter como prioridade administrar São Paulo, mister em que começou mal, porém aos poucos vai se recuperando, inclusive ao assumir posições duríssimas em defesa da repressão policial. Não carrega essa bandeira tal como Caiado, mas paulatinamente parece procurar se identificar com o tema. O périplo por Israel está limpidamente conectado, para os dois, à intensificação do discurso de luta contra o crime, de olho no futuro, além da antagonização com um Lula e o PT apoiadores do Hamas e negacionistas da realidade geopolítica do Oriente Médio. Acontece que terrorismo, escolha do grupo palestino para buscar o extermínio da nação hebraica, é também sinônimo de banditismo. Ponto para Caiado e de certa forma ponto para Tarcísio também. E azar de Lula.