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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

13 mar

Esperando Caiado, base governista trava em Goiânia, Aparecida e Anápolis

Com o governador Ronaldo Caiado empenhado no front nacional, com viagem marcada para Israel por uma semana e dedicação à gestão da crise envolvendo a direção federal do União Brasil, a sucessão municipal na região metropolitana – leia-se: Goiânia, Aparecida e Anápolis, os maiores centros urbanos do Estado – simplesmente travou. Não se dá um passo para a definição dos postulantes a prefeito destinados a receber o apoio do governador nas eleições cujo desfecho terá peso decisivo na escolha do próximo inquilino do Palácio das Esmeraldas e até mesmo na viabilização do projeto presidencial de Caiado.

Tudo parou, à espera de um sinal de comando emitido da Praça Cívica. Em Goiânia, parece estabelecido nome de Jânio Darrot para representar a mais poderosa aliança partidária regional, liderada pelo UB e pelo MDB. Darrot sassarica para cá e para lá, mostrando desenvoltura em conversas com partidos e figuras representativas da política na capital. Como sempre, fazendo inconfidências sobre a preferência de Caiado pela sua candidatura. Em Aparecida, vive-se a ameaça representada pelo racha entre o ex-prefeito Gustavo Mendanha e o atual prefeito Vilmar Mariano. O desentendimento, ninguém sabe exatamente por qual motivo, chegou a um ponto de não retorno. Já em Anápolis, para enfrentar o deputado estadual petista Antônio Gomide, em 1º lugar nas pesquisas e crescendo, não há pistas sobre qual será o arranjo final da base governista.

 

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Apesar das expectativas e das pressões, Caiado não deu e não dá indícios de pressa. Ainda não chamou interlocutores em qualquer uma dessas praças estratégicas e sequer marcou uma agenda de conversações. Teoricamente, para o desenho do cenário dessas eleições, o prazo fatal vai até 5 de abril – última data para as filiações partidárias, mudança de domicílio eleitoral e desincompatibilização no caso de candidatos ainda ocupando cargos públicos. Até 10 dias antes, ele estará fora do Brasil, visitando a Hebreia para escalar no papel de antagonista do presidente Lula. Pode até, antes de viajar, permitir-se um ou dois passos rumo às soluções em Goiânia, Aparecida e Anápolis, porém isso dificilmente acontecerá em caráter terminativo.

O que traz agonia para os interessados no processo eleitoral na região metropolitana é a necessidade de tempo para articular chapas de vereadores, organizar frentes partidárias e partir para as providências iniciais de campanha, em especial a montagem de staffs. A essa altura, a menos de 7 meses para as urnas, já passa da hora. Caiado, no entanto, dá corda e deixa o jogo correr sem a sua interferência, no entanto, indispensável, sugerindo dispor secretamente de um planejamento próprio para cada um dos três mais importantes conjuntos de eleitoras e eleitores de Goiás. Enquanto isso, os dias e as horas se escoam.