De 3 estágios, projeto presidencial de Caiado já avançou 2
Um projeto presidencial, ou seja, a candidatura de uma liderança minimamente renomada nacionalmente à chefia da nação, passa por 3 estágios: credenciamento, viabilização e efetivação. No 1º estágio, é preciso se mostrar à altura de um cargo tão importante, tanto pela história pessoal quanto pela biografia política, além da capacidade discursiva e do preparo intelectual necessário. Na 2ª etapa, reunir sustentação partidária, contar com projeção sobre todas as camadas da população e com elementos de promoção e atração de apoios, como uma boa posição nas pesquisas. Isso deixa claro que o nome é viável. Por último, o 3º e mais difícil estágio, qual seja passar do campo das possibilidades para se tornar uma alternativa real – algo metaforicamente comparável a descer do universo das ideias de Platão e passar à lógica terrena de Aristóteles.
O governador Ronaldo Caiado é o primeiro goiano com os olhos em Brasília a conseguir superar as 2 fases iniciais. Está credenciado a disputar a Presidência em virtude da sua ficha limpa e do seu currículo de intransigente combate à corrupção, uma característica supervalorizada em um país onde os governantes e a classe política não se cansam de dar maus exemplos. Caiado fala bem, exprime-se com objetividade e com uma vantagem: com originalidade e criatividade, fugindo dos lugares comuns e raciocinando sempre fora da caixa, sem receio de oferecer a sua opinião nua e crua. É um homem com formação humanitária, em grande parte oriunda dos seus estudos como médico com cursos de especialização na França, a matriz mundial do iluminismo cultural e progressista. Onde pisa, pelo Brasil afora, é respeitado. Seu guardachuva conceitual é a direita, porém a civilizada ou, mais importante, em outras palavras, a moderada.
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Tudo isso são peculiaridades raramente encontradas na elite brasileira, não só na atualidade, como em todos os tempos. Goste-se ou não de Caiado, ele provou ser um governante esclarecido e ninguém desdenha da sua capacidade quanto a se sentar e a despachar no Palácio do Planalto. A credencial para ser presidente, conclui-se, o governador de Goiás conquistou com a sua trajetória de vida e também no dia a dia da política. Cumpriu, portanto, o 1º estágio com louros e avançou rumo ao próximo, a essa altura também já ultrapassado. Sim, Caiado viabilizou a candidatura a presidente da República e reconhecidamente hoje, com aval da imprensa nacional, entrou no páreo. Conta com um partido forte, o União Brasil, pronto a bancar o seu voo de águia. Aparece em todas as reportagens e projeções sobre 2026, sendo constantemente chamado para entrevistas pelos principais veículos de comunicação do país (nesta semana foi a Veja). É saudado como o governador mais bem aprovado dentre os Estados cujos administradores são lembrados para a sucessão de Lula – São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná. Alcançou 86% de simpatia popular na última pesquisa Genial/Quaest, divulgada do Oiapoque ao Chuí com estardalhaço. Segundo o jornal O Popular, foi sorte. Engano, um índice como esse só vem como resultado de trabalho, seriedade, acerto e um carisma acima da média, um conjunto de fatores onde “sorte” não tem função alguma. De resto, posiciona-se bem nos levantamentos que desde já procuram antecipar as intenções de voto para 2026.
Caiado se tornou viável ao saltar para o 3º estágio, que está apenas começando: o da efetivação da sua candidatura. Essa meta ainda está longínqua e só vai se disponibilizar no início de 2026, talvez mais para os meados daquele ano. Será a hora de transformar todas as preliminares favoráveis em uma candidatura concreta, representando o amplo leque da direita contra a esquerda circunscrita de Lula da Silva. Aglutinando, é óbvio, todo um espectro desde o radicalismo dos seguidores de Jair Bolsonaro até o centro decepcionado com um presidente, eleito por uma frente ampla, no final das contas perdido em meio a uma gestão envelhecida e equivocada na adesão às bandeiras mais sectárias do petismo adoecido pela paixão ideológica, simbolizada pelo amor às tiranias. Os passos indispensáveis para chegar lá e se consagrar como um postulante de peso para a Presidência, o governador de Goiás já deu, com sucesso.