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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

07 jul

Base governista acelera em Aparecida sem esperar por Vilmarzim

A campanha do candidato da base governista a prefeito de Aparecida Leandro Vilela vai acelerar a partir desta 2ª semana de julho, sem esperar pela definição do atual prefeito Vilmar Mariano – que protela e faz suspense sobre quem apoiará depois de ter sido “cassado” por falta de condições mínimas para tentar se reeleger. Vilmarzim é um político exótico adepto de decisões sem muita racionalidade e sem levar em conta nem a própria sobrevivência. A essa visão, acrescenta-se a convicção de que, sendo mal avaliado pela população, como comprovaram as pesquisas até agora, teria pouco a oferecer para Leandro Vilela além do empenho – limitado pela legislação eleitoral – da máquina administrativa sob seu comando (e olha lá se ele sabe o que se passa na prefeitura…).

Enquanto Leandro começa a intensificar ações de corpo a corpo e de estruturação interna, Vilmarzim se debate em uma sinuca de bico: criou atritos dentro do grupo político que sempre integrou, mas do qual se distanciou a partir das suas desavenças com o antecessor Gustavo Mendanha, e ao mesmo tempo não tem espaço nem qualquer vantagem junto à corrente do Prof. Alcides, na qual as candidaturas futuras (tanto se Alcides ganhar quanto se perder) já estão comprometidas com o vice Max Menezes, para deputado estadual, e com o presidente da Câmara André Fortaleza, para deputado federal. E ainda o próprio Alcides, postulante à mais uma reeleição para a Câmara dos Deputados em caso de derrota.

Se ficar neutro, Vilmarzim enfrentará um esvaziamento avassalador e se tornará um pária em Aparecida, sem função nenhuma a não ser concluir o seu malsucedido mandato tampão. As poucas almas a aparecer no gabinete do prefeito beberão café frio. E se, em uma atitude para lá de esquisita, resolver se engajar com algum candidato alternativo, como um vereador William Panda (PSB) eventualmente bancado pelas esquerdas, será reduzido a pó de traque, provavelmente não logrando arrastar consigo sequer as poucas lideranças que ele, o Mariano, chama de “minha base”, todas sem exceção penduradas no cabide de empregos da Cidade Administrativa. Em resumo, Vilmarzim contabilizará prejuízos em qualquer uma das hipóteses que escolher. Apoiar Leandro Vilela parece ser o seu caminho natural, porém, vale lembrar: dentro aliança presidida pelo Palácio das Esmeraldas, em se tratando de Aparecida, o imprevisível prefeito não é mais tido como confiável.

 

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Faça o que fizer, ninguém vai mais aguardar pelo posicionamento do Mariano, nem Leandro Vilela nem Prof. Alcides. Para esse último, receber o apoio de Vilmarzim traria um conflito com o discurso de crítica ao “grupo” predominante Aparecida há anos e anos, com o agravante de caracterizar agora o Prof. como “continuidade” de uma administração que ele mesmo ataca como negativa para o município – e que, de fato, é avaliada desfavoravelmente pelas aparecidenses e pelos aparecidenses. Quanto a Leandro Vilela, esse efeito negativo também está sob análise e gera aos poucos uma perda de interesse pela inclusão de Vilmarzim no palanque da base governista.

Vilmar Mariano, o Breve, embaraçou-se nas próprias pernas e vive seus últimos momentos de importância ou notoriedade. Não à toa, nas pesquisas qualitativas ele sempre foi desenhado como um prefeito abaixo das exigências do cargo em uma cidade alçada ao status de potência econômica nacional. Esperar dele qualquer gesto coerente ou inteligente, depois da sequência de desvarios exibida neste 1º semestre, é inútil. Leandro Vilela e Prof. Alcides, os verdadeiros protagonistas da luta pelo poder em Aparecida, deverão seguir em frente, sem gastar tempo útil com Vilmarzim. Não vale a pena.