Bancada federal de Goiás – 3 senadores e 17 deputados – reduziu-se a despachante de verbas para prefeitos
A eleição dos novos presidentes do Senado (Davi Alcolumbre, do UNIÃO BRASIL) e Câmara Federal (Hugo Motta, do REPUBLICANOS) mais uma vez serviu para expor a fragilidade e a insignificância política e institucional da bancada federal de Goiás, formada por três senadores e 17 deputados federais. Nenhum, absolutamente, nenhum deles teve qualquer papel ou relevância nas articulações – durante meses e meses – que levaram a esse novo comando do Congresso Nacional.
Os parlamentares goianos com assento em Brasília simplesmente não existem, lá. O mais grave é que nem aqui, também, com a honrosa exceção das deputadas Sylvie Alves, que é um ícone da defesa e da valorização das mulheres, e Adriana Accorsi, figura hoje um pouco menor do que foi no passado graças à sua subserviência soviética ao petismo. O resto é pó de traque, a começar por Jorge Kajuru, Vanderlan Cardoso e Wilder Morais, senadores que deslustram as cadeiras em que um dia se assentaram Pedro Ludovico, Henrique Santillo, Iris Rezende e Ronaldo Caiado. Nenhum deles – Kajuru, Vanderlan ou Wilder – tem a menor noção do que é um mandato senatorial e do que poderiam fazer com uma arma tão poderosa quanto essa nas mãos.
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Sem crítica pessoal para quem quer que seja, os atuais deputados federais – fora Sylvie e Adriana – constituem o maior zero à esquerda da história da representatividade de Goiás no Congresso Nacional. Todos eles e mais os três senadores perdem o seu precioso tempo administrando emendas orçamentárias, trabalhando no dia a dia como despachantes de luxo para os prefeitos das suas respectivas bases e renunciando a qualquer conexão ou articulação com a sociedade e os interesses coletivos do Estado. Só pensam na próxima eleição. Um verdadeiro vexame. Goiás é a terra do agrobusiness e tem um governador que é candidato a presidente da República, pois não? A bancada federal parece não saber disso.
A eleição de Alcolumbre e Motta fez-se sem a presença dos goianos. Eles não foram vistos. Em tese, um senador e um deputado federal deveriam valer mais no mercado político do que um vereador. Não é o caso. Vitor Hugo, o mais votado para a Câmara de Goiânia em 2022, e um parlamentar que se esforça para vocalizar um pensamento de direita, vale mais que 90% da bancada federal goiana, que não defende bandeiras coletivas nem correntes sociais nem nada. Dentro do baixo clero do Congresso Nacional, eles estão no nível mais baixo. Uma vergonha.