Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

03 mar

Vilela é o primeiro prefeito a abrir agenda positiva, com PPP da iluminação pública

Enquanto Sandro Mabel continua lutando para dar um mínimo de racionalidade para o caos que recebeu ao assumir em Goiânia e Márcio Corrêa baixou ao hospital derrubado pelos cofres raspados e completa inviabilidade da prefeitura de Anápolis, em Aparecida a situação é um pouco diferente. Senão, vejamos: Leandro Vilela tornou-se o primeiro dentre os novos gestores municipais, talvez até em termos nacionais, a iniciar a implantação de um projeto macroestruturante para a sua cidade, na forma de uma PPP – Parceria Público-Privada para trocar 100% da atual iluminação pública em um prazo curto por um sistema inteligente de leds, que prevê até a utilização das “lâmpadas” nas ruas como  roteadoras de wi-fi e graduação da luz espalhada para garantir conforto visual para as aparecidenses e os aparecidenses.

Não há nada semelhante em curso pelo Brasil afora, menos ainda pelo valor (quase R$ 600 milhões de reais). Em sua maioria esmagadora, a prefeitada está atolada no esforço de superação da herança maldita transmitida pelos antecessores e absorvida pelos mutirões de limpeza. Por isso, não é exagero afirmar se tratar de um gol de placa do Vilela, nome de guerra pelo qual o ex-deputado federal passou a ser conhecido já na sua bem-sucedida campanha eleitoral, em uma evidente associação com o tio Maguito Vilela – por duas vezes prefeito e pioneiro da elevação de Aparecida à condição de potência industrial graças à estratégia de disseminação dos parques e polos empresariais, hoje exatamente 11 e a caminho da implantação de mais um, de proporções monumentais, na antiga área do semiaberto do Complexo Prisional estadual – outra marca forte para a Era inaugurada pelo novo Vilela .

 

LEIA TAMBÉM

O fanfarrão Vilmarzim extrapolou na irresponsabilidade e precisa ser punido

Mutirão? Isso é muito bom, mas… não resolve

Bancada federal de Goiás – 3 senadores e 17 deputados – reduziu-se a despachante de verbas para prefeitos

 

Vilela também ganhou, junto com o mandato, tal como Mabel e Corrêa, um legado de desorganização administrativa e fiscal, a partir de um colossal rombo de caixa, dívidas irresponsavelmente acumuladas, obras paralisadas e corrupção desenfreada – Vilmar Mariano, o ex-incumbente aparecidense, não fugiu nem um pouco do figurino da incompetência e da decomposição moral de figuras de triste memória como Rogério Cruz, na capital, e Roberto Naves, em Anápolis. As coisas, no entanto, parecem caminhar melhor em Aparecida – e a prova é a PPP anunciada pelo Vilela, um dos instrumentos de governo mais complicados e mais difíceis de se viabilizar, tanto que são raríssimas, daí a surpresa pela velocidade com que veio como avanço e solução para os problemas da iluminação pública que deve se transformar em exemplo para o resto do país.

Ponto para o novo prefeito aparecidense. Ele sai na frente ao abrir uma agenda positiva, atendendo plenamente as expectativas que marcaram a sua ascensão nas pesquisas e a vitória nos dois turnos, por largas margens, sobre o adversário Professor Alcides, hoje um político reduzido a pó de traque que foi rejeitado até pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em razão dos escândalos – inclusive sexuais – que aniquilaram a sua biografia e enterraram a sua carreira. Os meses iniciais do mandato de Vilela, dessa forma, consolidam a impressão de que o segundo maior eleitorado do estado decidiu com sabedoria sobre o futuro da cidade.