PL com Daniel Vilela não só unirá a centro-direita, como revolucionará a política em Goiás
A integração do PL à frente partidária que bancará a candidatura a governador de Daniel Vilela, em 2026, sob a liderança do governador Ronaldo Caiado, será um dos movimentos de maior importância já registrados na política em Goiás, pelo menos de 40, 50 anos para cá. Ao unificar a centro-direita (o campo ideológico predominante no Estado) em um sólido monobloco, essa composição não só juntará no mesmo barco legendas de peso como MDB, UNIÃO PROGRESSISTA, REPUBLICANOS e o próprio PL, como terá repercussão decisiva nas eleições do ano que vem e – atenção – também nas subsequentes, ao criar um rolo compressor capaz de construir com folga maiorias parlamentares, garantir o controle das três cadeiras no Senado e manter o domínio do Palácio das Esmeraldas além de qualquer cálculo temporal.
LEIA TAMBÉM
Não há oposição a Caiado. Haverá candidato contra Daniel Vilela em 2026?
Favoritismo de Daniel Vilela para 2026 vai à potência máxima com apoio do PL
Candidatura de Daniel Vilela dará o tom da mudança geracional em 2026
A história do poder em Goiás passará a ser contada em termos de antes e depois da fundação dessa gigantesca e soberana aliança, hoje amplamente viável a partir das articulações de Caiado, de Daniel Vilela e de referências bolsonaristas como o vereador Vitor Hugo no sentido de incluir o PL na base governista e participar da chapa que será lançada tendo na cabeça o filho e herdeiro político de Maguito Vilela – nessa condição muito mais do que favorito. Haverá um rearranjo da política estadual, com o isolamento radical da esquerda representada pelo PT e agregados e a emergência de um pacto de governo destinado a durar talvez décadas, com profundos reflexos na economia e na distribuição de riquezas e frutos civilizatórios para as goianas e goianos. Isso porque estará garantido um ambiente de estabilidade institucional para todas as futuras gestões, ou seja, projetando-se muito além do provável próximo mandato de Daniel Vilela.
As preliminares para a chegada do PL à base governista já estão alinhadas, foram aprovadas pessoalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, maior nome nacional do partido, que deu declarações públicas nessa direção, e podem desagradar, em princípios, aos que inevitavelmente se sentirão prejudicados. É o caso do senador Wilder Morais, presidente do diretório estadual do PL, cuja candidatura a governador será forçosamente excluída, se é que existe, diante do desinteresse e fraqueza de Wilder em mostrar disposição para correr atrás do trono número da Praça Cívica em 2026. Ou do ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que sonha em postular o Senado em dobradinha com a primeira-dama Gracinha Caiado, pretensão derrubada pelo dote que Caiado e Daniel oferecerão para o casamento com o PL: a reserva da segunda vaga senatorial para o vereador Vitor Hugo, candidato in pectore de Bolsonaro. Já se sabe que essa será uma cláusula pétrea do acerto cada vez mais próximos de se realizar.
Assim é a marcha implacável da política. Sempre haverá beneficiados e sacrificados. Mas também quem é que leva a sério a possibilidade de alguém como Wilder Morais chegar a governar Goiás? O Senado, para um milionário diletante como ele, já passou da medida. Quanto a Mendanha, é diferente: trata-se de um dos quadros de maiores chances de crescimento e capilaridade popular do Estado, porém ainda jovem e com necessidade de enraizamento como homem público, prejudicado por erros no seu passado recente; portanto, em processo de amadurecimento. Nada disso tem potencial para afetar a revolucionária aproximação entre o PL e as agremiações já coligadas com o MDB e o agora UNIÃO PROGRESSISTA, para o engajamento total com Daniel Vilela em 2026. O que vem aí, de certa forma, é revolucionário e vai impactar de modo exponencial os parâmetros da atual política goiana.