Governo de Goiás é dono de fábrica de remédios, empresa de ônibus, companhias de gás e telefonia, veículos de comunicação e mais extravagâncias cuja única utilidade é torrar dinheiro público
O governador Ronaldo Caiado já mandou dois projetos de reforma administrativa para a Assembleia Legislativa. Nenhum deles, no entanto, toca no essencial, que, aliás, foi o que ele prometeu na campanha: cortar no osso para diminuir as despesas do Estado e buscar o seu reequilíbrio financeiro para atuar em áreas de realmente interessam a população, como a Saúde, a Educação e a Segurança.
A primeira reforma administrativa de Caiado, em vez de reduzir, aumentou o tamanho do governo, com a recriação de secretarias e cargos. A segunda, ainda não votada pelos deputados, promove, sim, uma diminuição dos cargos comissionados, mas mantém a estrutura intacta. Todos os órgãos que existem continuarão existindo. Inclusive aqueles que não têm nenhuma serventia a não ser jogar dinheiro público pelo ralo.
O encolhimento dos cargos comissionados economizará por volta de R$ 440 milhões até o final de 2022. Parece muito, mas não passa de gota d’água no oceano. Por mês, em torno de R$ 10 milhões em um quadro geral de gastos superior a R$ 1 bilhão e meio. Em nenhuma das duas reformas o governador fez o tal “corte no osso” que prometeu quando era candidato e continuou repetindo depois de assumir. O Estado continua dono de fábrica de remédios, empresa de ônibus, companhias de gás e telefonia, veículos de comunicação e órgãos como a Goiás Parcerias, que em 10 anos de existência nunca fechou uma única… parceria. Tudo isso custa recursos elevados e preciosos, já que, mesmo sem nada produzir, são extravagâncias que dispõem de centenas de cargos, utilizados tanto pela gestão de Caiado como pela dos seus antecessores para abrigar apadrinhados políticos, sem falar nos carros, alugueis, linhas telefônicas, verbas de manutenção e mais uma infinidade de dispêndios correspondentes.
Em nenhuma das suas duas reformas administrativas o atual governo autorizou ou sequer fez a previsão de qualquer privatização, concessão, liquidação ou simples eliminação desses braços inúteis do governo. Continua tudo como dantes. Não houve nenhum corte, muito menos “no osso”. No andar dessa carruagem, os goianos vão conviver por muito tempo ainda com a crise fiscal.