Em Goiânia tudo é possível, até apoio de Caiado e Daniel a Vanderlan
Sim, leitoras e leitores, não é chute. Apoiar o senador Vanderlan Cardoso para prefeito de Goiânia, em 2024, pode ser a melhor decisão para o governador Ronaldo Caiado e seu vice Daniel Vilela. É verdade: nenhum dos dois tem razões seguras para contar com uma reciprocidade futura, por exemplo, na eleição de 2026, quando Daniel postulará o governo do Estado e Caiado quem sabe disputará a presidência da República. Vanderlan já mostrou falta de confiabilidade e capacidade para mudar de lado sem hesitar, ao sabor dos seus interesses personalíssimos. Ainda assim, uma aliança entre eles é viável para acontecer daqui para ali.
Em um momento em que a base governista ficou com um único pré-candidato a prefeito, o presidente da Assembleia Bruno Peixoto, o senador estaria se beneficiando ao se cacifar também como uma alternativa. Bruno detém o cargo mais estratégico para a governabilidade do Estado e está se saindo bem nesse mister. Por isso, corre o risco de ganhar um apelo de Caiado para se manter no posto como o fiador número um da gestão, politicamente falando. Esse é um assunto de bastidores, por ora. Mas existe – e o deputado, mesmo pronto para o páreo em Goiânia, é fiel ao governador acima de tudo. Nessa hipótese, as conveniências apontam para o nome de Vanderlan. Com ele, a base se habilitaria a vencer em Goiânia, fortalecendo o projeto nacional de Caiado. E implicaria em uma vantagem para Daniel Vilela: contar com a possibilidade de esvaziar a candidatura do senador Wilder Morais ao Palácio das Esmeraldas, ao conquistar um novo aliado. Pelo cenário atual, Vanderlan caminha para ter o aval de Wilder, no ano que vem, para retribuir contra Daniel na sequência, em 2026, vencendo ou não a corrida pelo Paço Municipal.
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Há muita conversa desde já entre esses atores. Nada ostensivo, apesar da bronca de Caiado ao reclamar da precipitação das articulações e defendendo a hora como de trabalho e não de movimentações eleitorais. Só que ninguém segura esse tipo de ebulição. De alguma forma, o processo segue ativo. Vanderlan ambiciona a presença de Caiado e de Daniel Vilela no seu palanque. Seria um passo largo para a vitória, diante de uma constatação: por si só, o senador já tem uma posição de lideranças nas pesquisas – embora não tão folgada quanto esperava. O ponto é que restaurar a confiança quebrada é muito complexo. Aí está a monumental dificuldade, para Vanderlan. Ele foi um adversário duro de Maguito Vilela em 2020, em Goiânia, em uma disputa que deixou cicatrizes. Teve o suporte de Caiado e não retribuiu em 2022, preferindo apoiar um estranho para o governo de Goiás e não a reeleição do governador. O passado, portanto, oprime o senador. Já o futuro oferece algum alívio.