O “manda em tudo” que acumula cabeças cortadas no Paço Municipal
Este aí da foto, leitoras e leitores, é o paraibano José Alves Firmino, ex-militar do Exército reformado por “problemas psiquiátricos”, também advogado especialista em Direito Militar (o que seria isso?) e atualmente secretário particular e chefe de Gabinete do prefeito Rogério Cruz. É uma figura humana curiosa, que gosta da boa vida, ostenta uma namorada bonita e calada em eventos da prefeitura e viaja constantemente para os principais pontos turísticos do Estado. Às vezes, anda com colete à prova de balas (tentou convencer o prefeito a fazer o mesmo, mas ele recusou). A barbicha dá a ele um aspecto raspuntínico.
No Paço Municipal, é chamado de “manda em tudo”. Significa que tem poder sobre 100% o aparato da prefeitura e que sem o “aprovo” dele nada vai para a frente. É aí que as coisas se complicam. Firmino não se importa em ver como consequência da sua onipotência um Rogério Cruz apenas decorativo, que aparece para o discurso e as fotos, mas não decide. Nem Cruz nem Firmino são homens de luzes. Ambos são claramente limitados intelectualmente, o que não é um defeito, já que gente assim já parou até na Presidência da República, embora convertendo-se em desastre no final das contas. Umbilicalmente ligados, vão afundar juntos.
Ninguém sabe, com exatidão, de onde vem a profunda conexão entre o prefeito e seu mais influente assessor. Ou o único ouvido. Firmino foi chefe de Gabinete de Rogério quando vereador – apagado – na Câmara Municipal. Só isso. Como, de que jeito, por quê e demais questionamentos, as respostas apontam para um enorme espaço em branco. Em comum, ambos têm o espanto gerado diante das suas posições de mando: como é que pessoas assim, sem preparo nenhum, chegam aonde chegaram? A morte do titular Maguito Vilela não é suficiente para esclarecer o que houve. Antes, quem inventou esse vice que ganhou de graça um dos maiores trunfos da política de Goiás, qual seja o comando administrativo de Goiânia.
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O tal de Firmino não é conhecido apenas como o “manda em tudo” do alto do Park Lozandes. O ex-corretor de imóveis que não venceu no mercado imobiliário da capital (também teve essa profissão) é um colecionador de cabeças cortadas. Jamais, na história política de Goiás, alguém decapitou – metaforicamente falando – e transformou tantos aliados em ex-aliados ou inimigos. Começou pela turma do MDB, um verdadeiro “dream time” em matéria de secretários que assumiu com Rogério Cruz e não durou dois meses, passando em seguida pelos interventores do Republicanos de Brasília, depois por uma sucessão de indicados de vereadores e, no momento, desorientadamente mirando o pescoço do marqueteiro Jorcelino Braga – o consultor contratado para salvar a reeleição do prefeito, mas sem conseguir implantar o “plano de ação” elaborado para fugir do papelão programado para Cruz no pleito de 2024.
Braga não é do tipo que se submete a um inculto como Firmino e a outro pior ainda, o “prefeito Rogério”. Provavelmente ainda está lá em decorrência dos polpudos ganhos da sua consultoria, mas a inviabilidade do seu projeto de recuperação do irrecuperável já está dada. O Jorcelino não é besta e tem um nome a zelar, dinheiro à parte. O “cortador de cabeças” se sente incomodado e segura as mudanças sugeridas, enquanto afia a faca para mais uma degola. O que acontece na prefeitura é um caso para a ciência política estudar.