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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

02 dez

Indefinição de candidaturas beneficia Adriana Accorsi

Praticamente única candidata definida à prefeitura de Goiânia e, mais ainda, a única a se movimentar pré-eleitoralmente, a deputada federal Adriana Accorsi já se beneficia do ambiente de indecisão que envolve e paralisa seus possíveis adversários, entre eles o senador Vanderlan Cardoso e os concorrentes ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot e presidente da Assembleia Bruno Peixoto, em disputa pela indicação de representante oficial da base governista no pleito, e ainda o deputado federal Gustavo Gayer, esse postulante declarado… inerte, sem qualquer proselitismo até agora.

Adriana, não. Ela já aceitou formalmente o encargo de participar da corrida pelo Paço Municipal em nome do PT, mergulhando em intensa articulação com partidos para alianças hipotéticas e inclusive apostando em uma agenda mobilizatória, com reuniões e eventos claramente voltados para as urnas do ano próximo. Bruno Peixoto também desenvolve um dia-a-dia parecido, sob os efeitos prejudiciais da incerteza sobre a futura aceitação ou não da sua candidatura pelo Palácio das Esmeraldas. A petista está sozinha na raia, eis a verdade. Tem espaço para trabalhar, sem parâmetros para comparação.

Gustavo Gayer, aquele que só falta latir para se configurar como o simulacro de Javier Milei de Goiás, tem garantias do PL quanto a uma vaga no jogo sucessório em Goiânia e topou. Ações concretas para aumentar a sua viabilidade, contudo, zero, nem mesmo nas redes sociais operadas com a lamentável eficiência dos abusos bolsonaristas para atrair e manter um público fiel. O tempo que ele perde e de certa forma igualmente os demais pretendentes, reverte em vantagem para Adriana Accorsi. E isso já está se evidenciando nas pesquisas. Não há ainda uma sequência de levantamentos produzidos por um só instituto de credibilidade para estabelecer uma linha evolutiva, mas, com base nos trabalhos de campo publicados por inúmeras empresas, é inconteste uma elevação das intenções de voto da deputada, alavancada talvez mais pela sua condição de mulher (e quem sabe de delegada de polícia, em um momento de valorização da segurança pública entre as goianas e os goianos) em detrimento de qualquer outra característica.

Adriana Accorsi desponta sempre em empate técnico cabeça a cabeça com Vanderlan, dono do maior recall dentre todos os citados para a cadeira número um do alto do Park Lozandes. E por diferenças mínimas. Tudo por tudo, atestando um inegável potencial para vencer – conquistando uma das mais expressivas vitórias do PT nas capitais, em um Estado onde se imagina que a direita seria predominante (pelos resultados da eleição presidencial de 2022 seria, sem dúvidas). Porém, a depender da persistência da polarização ideológica, se forte ou fraca, Adriana passaria ao largo e se consagraria, como dito antes, mais pelo seu gênero e pelo seu gabarito profissional. Goiânia estaria pronta para uma prefeita mulher? 2024 dirá.

 

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