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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

11 jan

Novos números reforçam a segurança como tema inovador da campanha municipal

Um prestigiado evento acaba de ser promovido pelo governador Ronaldo Caiado para anunciar novos e espetaculares números para destacar o tombo drástico dos índices de criminalidade em Goiás – e, quando é assim, em especial na região metropolitana, onde se encontra o maior contingente demográfico, em Goiânia e em Aparecida. Desde a debacle do PSDB, a partir de 2019, os homicídios tiveram uma queda significativa, superior a 50%, conforme os registros policiais de 2023, por exemplo.

Houve outros êxitos – e sensacionais. Uma das reduções mais expressivas diz respeito ao roubo de veículos (-89,8%): foram 1.029 no ano passado, ante 10.103 casos em 2018. Ou seja: uma diminuição para apenas 10% das ocorrências antigas. Já crimes como furto e roubo a transeunte despencaram entre 85,8% e 83%, respectivamente. Latrocínio, um tipo de roubo seguido de morte, caiu 86,7% – foram 14 casos em 2023 e 105 no ano de 2018. Parece, enfim, superada a desculpa ideológica dos governos do MDB e dos tucanos, a de que a ação da bandidagem seria produto das desigualdades sociais e, portanto, simplesmente incontrolável, aliás mais um mito jogado por terra por Caiado com a sua gestão pródiga no esfacelamento de parâmetros seculares em Goiás.

As novas estatísticas servem de símbolo para a auspiciosa realidade da segurança pública agora tomando conta do Estado. Comprovam também que o tema terá importância no debate eleitoral deste ano, favorecendo desde já a deputada federal e delegada da Polícia Civil Adriana Accorsi. No campo adversário, será beneficiado o postulante a ser apoiado por Caiado, hoje muito provavelmente o presidente da Assembleia Legislativa Bruno Peixoto. Ora, dirão alguns, segurança não é da esfera municipal de competência, logo como isso terá reflexos nas urnas de outubro vindouro?

Uma primeira resposta está na vinculação obrigatória de Adriana com o assunto em razão da sua especialização profissional. Antes de se pensar no que a deputada pode fazer como prefeita para garantir a continuidade do ambiente de paz social na capital, inevitavelmente se enxerga o que ela é. Trata-se de uma conexão natural. Seu currículo vai valorizar a sua candidatura, ao situá-la dentro do tema do momento. No inconsciente coletivo, alguém com potencial para ajudar e uma antagonista civilizada disposta a mostrar sabedoria para colaborar com o governo estadual em uma área de preocupação permanente para 100% da população.

Já para Bruno Peixoto ou um eventual outro nome encarregado a representar as forças lideradas por Caiado as vantagens serão ainda maiores. Seja quem for o candidato, ganhará pontos com a ligação com o Palácio das Esmeraldas e a chance adicional de apresentar com credibilidade propostas para ampliar o papel de uma tropa de guardas civis superior a 2 mil homens e mulheres – hoje a 3ª Guarda Municipal do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Detalhe: exaustivamente treinada, em parte armada e melhor ainda equipada. Esse esquadrão de elite sugere que, sim, a prefeitura está pronta para uma participação nas políticas de segurança para Goiânia em um nível superior ao atual, sem o menor problema. Tanto com Adriana Accorsi quanto com o representante de Caiado, abre-se aí uma avenida larga para o próximo prefeito e isso pesará na campanha, exigindo dos candidatos até uma melhor preparação prévia para abordar um assunto inédito a propósito de eleições municipais.

A estratégia de endurecimento, inteligência e rearticulação das polícias intentada pelo governador, desde o início do seu 1º mandato, configurou uma política pública extraordinariamente prolífica em matéria de resultados. As ruas e calçadas tornaram-se seguras quando as goianas e os goianos já haviam perdido a esperança de contar com proteção e salvaguarda para a rotina do dia a dia. Isso tem uma repercussão tão grande que conquistou um lugar no debate eleitoral e jamais deixaria de ser uma das pautas do pleito em rápida aproximação. Claro, fortalecendo Caiado como um influenciador, diante da expectativa de que a sua palavra a favor deste ou daquele tenderá a ser respeitada e considerada.

 

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