Base governista tem 8 nomes e nenhum candidato em Goiânia
A base do governador Ronaldo Caiado, a mais poderosa do Estado, segue, não sem alguma apreensão, carente de um candidato definido a prefeito de Goiânia – a mais importante eleição municipal deste ano em Goiás, cujo resultado terá impacto direto na viabilização das pretensões presidenciais de Caiado. Desde a abertura da discussão, em meados de 2023, oito nomes já foram cogitados, sem que houvesse convergência para qualquer deles e também sem sinalização nesse sentido.
Começou com Ana Paula(MDB) a filha de Iris Rezende. Continuou com o presidente da Assembleia Bruno Peixoto(UNIÃO BRASIL), disparadamente o de maior mobilização antes de formalmente desistir do páreo e se propor a voltar apenas mediante convocação. Um balanço forte veio com o lançamento do empresário e ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot(MDB), a partir de um estímulo do próprio governador. Sem muito entusiasmo, despontou o ex-deputado estadual José Vitti(UNIÃO BRASIL), igualmente a partir de cogitações da casa verde da Praça Cívica. Na sequência, veio a ser incluído na lista, por último, o deputado federal Zacharias Calil(UNIÃO BRASIL).
Em meio a tudo isso, ainda pairam o senador Vanderlan Cardoso(PSD), dono do maior recall entre o eleitorado goianiense, mas um político sem compromisso e historicamente isolado; o prefeito de Goiânia Rogério Cruz(REPUBLICANOS), que apoiou decididamente a reeleição de Caiado e sonha com um gesto de reciprocidade; e ainda, por fora, o senador Wilder Morais(PL), que rapidamente rechaçou a hipótese e anunciou se guardar para a disputa pelo Palácio das Esmeraldas em 2026. Wilder foi claro: tem compromisso com o deputado federal Gustavo Gayer(PL) – a propósito, dispondo ainda de uma brecha estreita para passar, embora remota, e se consagrar como o representante da aliança governista.
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O afunilamento e oficialização do candidato ao Paço Municipal, na zona de influência de Caiado, parece mais um corredor polonês que não deve demorar a ser desobstruído, mesmo porque o prazo para a data das urnas se encurta rapidamente e está hoje calculado em pouco mais de sete meses. O xis da questão é a falta absoluta de presciência sobre qual o escolhido para uma candidatura que, a essa altura, terá que ser fabricada e perdeu todas as chances de nascer por parto natural, diminuindo, porém sem eliminar, as suas possibilidades de sucesso face a uma concorrência já consolidada na praça, especialmente quanto a Adriana Accorsi, a Vanderlan e a Gayer. Esses três dividem em empate técnico o 1º lugar nas pesquisas e sugerem, por ora, que dentre eles sairão os dois escalados para o 2º turno. O candidato da base governista, seja quem for, terá que comandar uma verdadeira reviravolta.