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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia



20 mar

Falta densidade ao candidato “inventado” por Marconi

O ex-governador Marconi Perillo, do alto da presidência nacional do PSDB, de certa forma impôs o nome do apresentador Matheus Ribeiro para representar o partido na corrida pela prefeitura de Goiânia. Ninguém debateu ou conversou sobre o assunto dentro do partido (e há pouca gente lá, de fato). Marconi resolveu e pronto. Matheus é aquele que, em 2022, alcançou apenas 13.645 votos para deputado federal entre os mais de 1.000.000 de eleitores com domicílio na capital. Óbvio: não se elegeu.

O PSDB e Marconi têm direito a lançar quem quiser em Goiânia. O problema está em faltar a Matheus a necessária densidade eleitoral para participar de um pleito da envergadura da disputa visando ao Paço Municipal. Na prática, a opção do ex-governador joga mais uma vez os tucanos em uma aventura inconsequente, cujo resultado será mais um passo na descida aos infernos iniciada em Goiás desde a derrota de 2018, seguida pela de 2022 (quando, a propósito, nem candidato a governador teve e só elegeu um deputado federal e dois estaduais).

É por isso que muitos defenderam o apoio de Marconi e do PSDB à deputada federal Adriana Accorsi, do PT, superando uma rivalidade nacional, mais política e menos ideológica. De fato, seria mais inteligente. Muito mais. Essa aliança permitiria eleger mais vereadores, além de garantir espaço em uma futura administração de Goiânia, inclusive aumentando a viabilidade do próprio Marconi ao governo em 2026, se é que haverá coragem e cacife para enfrentar esse desafio.

Aparentemente, a cota de equívocos de Marconi ainda não se esgotou. O pior é que ele tem experiência de sobra para saber com precisão: em parte algum, candidaturas sem densidade eleitoral não prosperam. Basta conferir o precedente de José Eliton em 2018, um desastre anunciado, terminando em 3º lugar, com uma ninharia de votos – outra “invenção” de Marconi. Uma candidatura cuja fragilidade foi apontada por uma plêiade de tucanos e aliados de peso como o então deputado federal Vilmar Rocha.  Ele avisou. No final, a candidatura serviu apenas para enterrar o PSDB no Estado.