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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

02 abr

Base governista definida em Goiânia, Anápolis e Aparecida

Bem, talvez “definida” não seja a palavra exata. Mas passa perto. A base do governador Ronaldo Caiado confluiu nas últimas horas para a indicação de nomes certos para a disputa pela prefeitura nos três maiores colégios eleitorais do Estado: Goiânia, Anápolis e Aparecida, que congregam hoje uma população apta a ´comparecer às urnas em outubro próximo na faixa dos 1.800.000 de eleitoras e eleitores.

É muito voto. Algo fundamental, por exemplo, para as eleições que virão na sequência, as destinadas a escolher o próximo governador do Estado. Quem tiver interesse em chegar ao Palácio das Esmeraldas, precisa se sair bem agora nesse eixo político capaz de definir o futuro de Goiás. Quanto ao governador Ronaldo Caiado, é fundamental vencer aí para mostrar ao país que tem o domínio do seu quintal e pode, sim, a partir daí, saltar para um voo nacional rumo à presidência da República em 2026.

No geral, a base governista está pronta. Em Goiânia, bancará o inesperado ex-deputado federal e presidente da Federação das Indústrias Sandro Mabel. Não vai ser fácil: os adversários são poderosos. Adriana Accorsi, do PT, é a favorita, liderando todas as pesquisas. Em empate técnico, mas atrás, aparecem Vanderlan Cardoso, do PSD, e Gustavo Gayer, do PL. Atenção: maior partido brasileiro, o PL pode até apoiar Mabel, abrindo mão de Gayer, mas desde que o empresário venha a assinar a ficha de filiação à sigla. Seria uma aliança poderosa: PL, União Brasil e MDB, dentre outros. Aparentemente, o negócio, proposto a Caiado pelo ex-deputado federal Major Vitor Hugo, parece vantajoso, agradaria ao ex-presidente Jair Bolsonaro e fortaleceria a candidatura presidencial do governador goiano. Por fora, corre o prefeito Rogério Cruz, pelo Republicanos, firmando-se na sua inabalável determinação para buscar a reeleição.

Pode ser que sim, pode ser que não. As próximas horas dirão. Enquanto isso, em Anápolis o jogo já está decidido. Antônio Gomide, pelo PT, brilha com folga nas pesquisas. Para enfrentá-lo, a base governista se dividirá entre o suplente de deputado federal Márcio Correa, antes no MDB, agora recém-filiado ao PL, e o atual vice-prefeito Márcio Cândido, ainda no PSD, no entanto avaliando o ingresso no Republicanos. Se houver 2º turno – e não vai ser fácil devido à distância que beneficia Gomide -, o que passar leva automaticamente o apoio do outro para tentar uma virada. Será por aí.

Já Aparecida segue em meio a um imbróglio poucas vezes visto na política estadual. O PL vai com o deputado federal Prof.  Alcides, número um absoluto nas pesquisas, à distância dos demais cogitados. A base governista rachou, com o cisma entre o ex-prefeito Gustavo Mendanha e o atual Vilmar Mariano. A todo momento, chega uma notícia nova. Caiado e Daniel, inspirados por Mendanha, resolveram investir no ex-deputado federal Leandro Vilela, sobrinho de Maguito Vilela e primo de Daniel – o que significa um cacife e tanto. Vilmarzim, pela completa incapacidade em viabilizar a sua reeleição, comprovada por pesquisas, foi lançado ao mar. Por ora no MDB, corre desesperado atrás de uma miríade de partidos para se filiar, sem apoios de peso e sem lideranças expressivas ao seu lado (suspeitando-se que já se acertou com o nanico PRD, do marqueteiro Jorcelino Braga). Há gente o aconselhando a desistir. Até isso acontecer, se acontecer, o quadro da disputa em Aparecida está formado pelo Prof. Alcides, por Leandro Vilela e por Vilmar Mariano. A base governista, portanto, desponta praticamente resolvida.

 

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Atualização: informações corrigidas e ampliadas em 3/abril/2024.