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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

03 maio

Obra símbolo de Caiado toma corpo exatamente como ele projetou

Segue em ritmo acelerado a construção do CORA – Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás, a obra símbolo do governador Ronaldo Caiado que terá também a função de perpetuar o seu legado pelos tempos afora e também cumprir a missão subjacente de consolidar um estilo administrativo de renovação, superar com maestria entraves colocados por adversários políticos e, além de tudo, ter a cara do governador – como se sabe, médico por profissão e acima de tudo, até mesmo da condição de gestor maior do Estado.

Confiram a foto acima, leitoras e leitores. É da semana passada e revela um estágio avançado na construção do hospital, com previsão de ter a primeira etapa – destinada ao tratamento de crianças – funcionando já em meados do segundo semestre. Há recursos de monta envolvidos, por conta dos bem abastecidos cofres estaduais: por enquanto, pouco mais de R$ 400 milhões. Mas a determinação de Caiado, para fazer um hospital público especializado no combate ao câncer infantil não tem limites. Por exemplo, acaba de ser acrescentada uma casa de acolhimento para pacientes e familiares, com 50 habitações, ao custo de R$ 12 milhões. Detalhe: esse dinheiro será levantado junto à iniciativa privada, convocada para assim oferecer a sua contribuição ao projeto.

Empresários, em Goiás, são pouco afeitos a contribuir com a coletividade. Cumprem as exigências sociais para ter acesso aos incentivos fiscais e se sentem desonerados. Não se responsabilizam nem pelos jardins públicos à frente dos seus empreendimentos. Alegam, geralmente, criar empregos como contribuição suficiente. Besteira pura. Empregos são gerados na menor quantidade possível, apenas no volume indispensável para a produção. Por conta dos barões da indústria, apenas, nenhuma casa de acolhimento ou qualquer adicional ao bom funcionamento do CORA jamais aconteceria. “Convocados”, ainda mais por Caiado, farão fila para inegralizar a necessária ajuda monetária.

 

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Maior obra da Era Caiado, como dito, por conta da sua enorme repercussão e profundo significado, o CORA chegou a ser obstaculizado por denúncias ao Ministério Público e pela instrumentalização do Tribunal de Contas do Estado – que chegou à loucura de determinar a sua paralisação atendendo a uma requisição não menos insana do ex-governador Marconi Perillo. Não deu em nada. O MP-GO arquivou as acusações por falta de fundamento. E Caiado não se intimidou com a posição do TCE e reagiu com contundência, colocando o Tribunal em uma das maiores saias justas da sua história, como repercussão nacional na contenção de todas as cortes similares do país. Desastre total, nas mãos do Supremo Tribunal Federal, onde o governador goiano nunca perdeu uma demanda. Derrotada nas suas pretensões, a Corte de Contas estadual apressou-se em revogar as suas próprias disposições e a avalizar o CORA em toda a sua plenitude.

Isso tudo agora é passado. O hospital do câncer começará a operar em breve, priorizando o atendimento de crianças acometidas por uma doença cruel e de tratamento custoso, elevando-se ao primeiro lugar como estabelecimento dedicado exclusivamente a esse mister em Goiás. Indiscutivelmente, mérito para Caiado. E um triunfo da vontade de fazer o melhor pelas goianas e pelos goianos, capaz de se sobrepor, na memória popular, a tudo o que os governantes de antanho fizeram na área de Saúde.