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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

05 ago

Palavra de Caiado é o último prego no caixão de Vilmar Mariano

“O acerto (com o prefeito Vilmar Mariano) foi feito na presença de todos. O trato é que ele teria 40 dias para provar, para recuperar sua credibilidade junto à população. Ele teve 60 dias. Foi feita pesquisa e o adversário só avançando. Portanto, foi um compromisso firmado. Ninguém impediu candidatura, nós impedimos uma derrota, porque o povo de Aparecida não quer mais ser governado por aquele que está lá, essa é a verdade”.

A informação acima, leitoras e leitores, é de ninguém mais ninguém menos que o governador Ronaldo Caiado. Em viva voz, durante o discurso que fez na convenção partidária que oficializou o nome do ex-deputado federal Leandro Vilela como candidato a prefeito de Aparecida, representando a base governista. E encerra, em definitivo, a polêmica em torno da “traição” que Vilmarzim apregoa diariamente ter sofrido, sob a alegação de que Caiado, o vice-governador Daniel Vilela e o ex-prefeito Gustavo Mendanha teriam nele aplicado uma “rasteira”, cortando o seu caminho para a reeleição.

Caiado é um político dotado de uma autoridade moral imensa. Nem haveria necessidade da sua palavra para atestar que Vilmar Mariano, de fato, aceitou um acordo em que teria um prazo para se viabilizar – tanto que saiu correndo em desespero para lançar obras, a maioria hoje paralisadas, e torrar mais de R$ 5 milhões com shows artísticos – nos quais foram sorteados pelo menos um carro, eletrodomésticos e até PIXs de R$ 50 reais. Não adiantou. Ao contrário, só fez piorar a sua já ruim recepção popular, demonstrada pelos índices de baixa aprovação para a sua gestão. De qualquer forma, reafirmou-se quem é Vilmarzim, não à toa é visto pelo povo de Aparecida como alguém sem altura para o cargo que ocupa e no qual caiu de paraquedas, sem um voto. À sua carência de qualidades pessoais e políticas, o Mariano adicionou uma absoluta falta de decoro. Tudo o de ruim que disse de Caiado, Daniel e Mendanha aplica-se antes de tudo a ele mesmo. É ele quem mentiu e traiu. É ele a “velha política”. Foi ele o irresponsável. Traiu, aliás, a própria trajetória, movido pela mágoa e pelo ressentimento transformados em ódio. Aceitou as regras do jogo na presença de testemunhas como o empresário Sandro Mabel, candidato a prefeito de Goiânia e seu amigo, porém não tão cego (tanto que Mabel teve a coragem de declarar publicamente que Vilmarzim não tinha preparo para administrar e estava coberto de razão).

 

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“Ninguém impediu candidatura nenhuma”, deixou bem dito Caiado. A base governista em Aparecida apenas se movimentou para evitar uma derrota antecipada, no seu direito legítimo de tentar sobreviver, como qualquer agrupamento político, em qualquer parte do mundo. Ocorreu, por exemplo, nos Estados Unidos, com a substituição de Joe Biden por Kamala Harris, apesar do despropósito da comparação de Vilmarzim com essas autênticas lendas americanas. O prefeito de Aparecida está a menos de 150 dias do final do seu infeliz mandato tampão, sem legado e condenado a uma perpétua imagem negativa na galeria dos gestores do município. No dia seguinte após entregar o bastão, desaparecerá, tragado pelo ralo da História. O seu destino é esse e não haverá escapatória.