Projeção da 2ª pesquisa Serpes aponta para derrota de Adriana no 2º turno
A 2ª pesquisa do instituto Serpes, inquestionavelmente o de maior credibilidade em Goiás, manteve o cenário do levantamento anterior, ambos publicados por O Popular: Adriana Accorsi (PT) à frente, seguida de perto por Vanderlan Cardoso (PSD) e logo após por Sandro Mabel (UNIÃO BRASIL), roçando a margem de erro. Sinal inequívoco da escalação da candidata petista no 2º turno, uma vez que os seus dois concorrentes mais próximos possuem o mesmo perfil e decidirão entre eles, provavelmente por uma margem muito pequena, quem ocupará a 2ª vaga.
Mabel, é notório, conta com um diferencial, qual seja o apoio do governador Ronaldo Caiado, tido como um cabo eleitoral com potencial de influenciar o voto em Goiânia e talvez quebrar o tabu de décadas da hostilidade do eleitorado da capital com postulantes bancados pelo Palácio das Esmeraldas. Vanderlan não tem nada, a não ser o seu recall de inúmeras candidaturas ao governo do Estado e à própria prefeitura, uma espécie de cavaleiro solitário que de vez em quando dá certo na política. Palanques isolados, no entanto, costumam cobrar um preço conforme a data das urnas se aproxima, empurrando o candidato para baixo. Deve cair, embora não ainda em condições de prever se em pontos suficientes para permitir a ultrapassagem de Mabel, embalado, é lógico, pelo “padrinho” Caiado.
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O foco central das interpretações sobre a 2ª rodada da Serpes é mesmo Adriana Accorsi. A eleição, para ela, transforma-se gradualmente em um drama cada vez mais sofrido. Seus índices de intenção de votos sobem, sim, embora muito lentamente, enquanto os números da rejeição dão saltos cavalares. Hoje, ela já ostenta 80% do percentual de recusa alcançado pelo prefeito Rogério Cruz, na base de 45% para Cruz e 34% para Adriana, uma faixa que coloca na mesa a possibilidade de uma fatalidade eleitoral: entrar em um 2º turno com mais de 40% de rejeição significa apenas que a derrota estará matematicamente garantida.
Uma mulher dotada só de qualidades, Adriana Accorsi tem, no entanto, um defeito de fabricação: sempre se submeteu como um cordeirinho ao regime soviético do PT, com suas trapalhadas venezuelanas, condescendência com o crime e atitudes gerais de esquerdismo romântico que enterraram o 3º mandato de Lula e largaram o partido à deriva nas atuais eleições municipais, em que vencer em Goiânia é a única chance que o lulopetismo tem em uma capital brasileira.
Para se livrar desse fardo, colado com superbond à sua imagem, Adriana Accorsi foi repaginada pelo marqueteiro Jorcelino Braga, esse em sua primeira aventura profissional à esquerda. Ela e outro cliente petista de Braga, o anapolino Antônio Gomide (quase cômico embalado na policromia azul e amarela do PSDB) abandonaram qualquer nuance de vermelho no visual de campanha, em uma tentativa inútil de desconectar a cabeça do eleitor do antipetismo latente em Goiânia e em Anápolis. Isso não vai dar em nada, a não ser aumentar as desconfianças quanto a alguém se esforçando para esconder suas raízes com o propósito escancarado de auferir vantagens momentâneas, acreditando que as aparências enganam. A propósito, até hoje não apareceram as fotos com Lula que tanto Adriana como Gomide foram a Brasília para fazer, na semana passada, em um evento massivo promovido pela assessoria de marketing do PT com todos os candidatos a prefeito pelo país afora. De fato, é melhor ocultar: Lula é negativo em Goiás, como de resto está se tornando por todo o Brasil.