Virada de Leandro Vilela em Aparecida é fato consumado
Já está desenhado e, a pouco mais de uma semana para o dia das urnas, é irreversível: o candidato da coligação MDB-UNIÃO BRASIL a prefeito de Aparecida Leandro Vilela conseguiu uma virada que caminha para ser espetacular sobre o seu adversário do PL Professor Alcides. Os sinais já estavam plantados nas pesquisas publicadas na semana passada, em especial a apuração do Atlas/Intel, apontando para um empate técnico, com o Vilela matematicamente alguns décimos à frente de Alcides.
Essa reviravolta era mais do que previsível. Não tem sentido algum o tipo de campanha, ou melhor, não-campanha, que o Professor assumiu. Exposição quase zero, silêncio diante de acusações graves, programas de propaganda na televisão que beiram o ridículo e redes sociais infantis e ufanistas. Não há a menor dúvida de que o Alcides se considerava vencedor antecipado da eleição. Dias atrás, em uma visita ao prefeito Vilmar Mariano, sentou-se na cadeira principal da Cidade Administrativa, a sede do governo municipal aparecidense. Felizmente, não deixou ninguém tirar uma foto. Se tivesse caído na tentação, estaria agora pior do que está.
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O pleito em Aparecida deixará uma lição para o futuro. Não se ganha sem cumprir à risca uma cartilha mínima, que começa pelas regras tradicionais do marketing político e vai, no limite, à uma criatividade bem dosada nas ações de campanha. Professor Alcides debochou de todos os parâmetros e o resultado é o que já chegou: sua candidatura entrou em queda nas intenções de voto basicamente por uma “fadiga de material” mais do que aguardada, diante dos equívocos, do imobilismo e da absoluta falta de inteligência, trespassando paralisada um período de quase dois anos sem uma única adaptação aos eventos e novidades de cada hora.
No mínimo, vai haver 2º turno em Aparecida, no qual Alcides já ingressará derrotado. Vilela, ao contrário, dará sequência à sua trajetória de alta e aparecerá nas primeiras pesquisas com uma frente respeitável. Conhecida a incapacidade operacional e a mediocridade intelectual do grupo do Professor, a começar por ele mesmo, para reagir e partir para uma campanha digna desse nome, serão favas contadas a favor do representante da base governista. Acredite quem quiser: no QG de Alcides, se é que há algo que possa assim se chamar lá, eles “desacreditam” (o termo que cunharam) de todas as pesquisas e seguem na fé cega de que a vitória está garantida e ainda por cima no 1º turno. E não sabem sequer explicar porque acreditam no inacreditável.
Beira a insanidade. Nenhum dos inúmeros equívocos e pontos falhos da campanha do Professor foi corrigido, jamais. Tudo continua como dantes. O despreparo do reitor da Unifan (vejam que cargo!) é notório e contribui para aumentar a atração do fundo do poço. Até se referir ao adversário com a boca suja, ele faz, desmerecendo a si próprio. Como Alcides ousou subestimar um candidato apoiado pelas forças poderosas que congregaram com Vilela, como o governador Ronaldo Caiado e o ex-prefeito Gustavo Mendanha? Como se deu ao luxo de não esclarecer as confusões em que se meteu no passado, algumas gravíssimas e desabonadoras ao extremo? Alcides agiu, ou deixou de agir, assim. Agora, vai pagar um preço alto.