Se insistir em esconder o PT e se mostrar como não é, Adriana entra derrotada no 2º turno
Uma estratégia de marketing eleitoral pode levar a três resultados: dando certo, eleva as intenções de voto do candidato, dando errado, derruba e, sendo neutra (um outro nome para a ineficácia), mantém os pontos percentuais no mesmo patamar – o que pode ser visto como um balanço negativo. Olhando para o cenário final em Goiânia, vê-se que, no caso de Sandro Mabel (PL), houve um êxito espetacular, que o levou ao 1º lugar. Em se tratando de Adriana Accorsi (PT), ela ficou na mesma posição desde o início da campanha, não crescendo nem caindo. Vanderlan Cardoso (PSD) afundou inapelavelmente. E Fred Rodrigues (PL) oscilou, oscilou, mas na reta final protagonizou um movimento de alta, rapidamente esgotado na última semana antes das urnas.
No frigir dos ovos, conclui-se que o marketing de um candidato só é bom se ele subir nas pesquisas. Mas, se congelado ou em queda, significa que não funcionou e o recomendado é mudar, ou de marqueteiro ou de plano. A essa altura da eleição, isso só se aplica à petista Adriana Accorsi. Ela e Mabel são os competidores prováveis do 2º turno em Goiânia. O Sandro pode continuar na direção em que já está, ressaltando o apoio do governador Ronaldo Caiado e se vendendo como o mais preparado para os desafios da administração da mais importante cidade do Estado. E a Adriana?
Mostrando poder de decisão, a Adriana deveria dar uma guinada. Nada do que a campanha dela fez, no 1º turno, serviu para agregar intenções de voto além das conquistadas anteriormente. Ah, isso aponta para a resiliência da candidata e para um eleitorado cativo, fatores favoráveis em tese. Mas não é bem assim e por um motivo simples: com esses votos, ela não vai ganhar, ainda mais enfrentando um candidato nomeado como herdeiro natural dos pontos percentuais de Vanderlan, Fred, Rogério Cruz e talvez até Matheus Ribeiro e também beneficiário orgânico do antipetismo – o mesmo que garante para a Adriana o título de campeã de rejeição.
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Por onde a filha de Darci Accorsi vai enveredar no 2º turno? Insistirá na tentativa de esconder as suas raízes ideológicas e no cineminha na televisão com visitas e encontros artificiais com eleitoras e eleitores, como reza o kit de campanha de Jorcelino Braga, ou assumirá o que é e sempre foi e, para minimizar, investirá em uma autocrítica, sua e do PT? Vai fugir ou peitar a rejeição? Podem apostar, leitoras e leitores: ela será, no 2º turno, a continuidade do que foi no 1º turno. Ou seja: um produto inautêntico, falso mesmo, revestido da cor lilás e com um novo número para as urnas eletrônicas, não o tradicional 13, mas o 1 + 3, uma das invencionices características de Braga em sua longa e repleta de altos e baixos carreira como o rei do marketing em Goiás.
As últimas pesquisas exploraram a opinião dos entrevistados sobre quem vai vencer em Goiânia. Enquanto Mabel dispara, ninguém acredita nas possibilidades de Adriana. Foi isso que o marketing superficial de Braga, ao priorizar a embalagem sobre o conteúdo e ao ler de forma literal os estudos qualitativos, fez com ela, na medida em que a transformou em uma petista envergonhada, capaz de renegar a história de uma vida inteira. Um candidato que procura disfarçar e iludir sobre o que é, é o pior tipo de candidato. Só vencia eleição no Brasil de antigamente e não tem a menor chance no país aculturado das redes sociais de hoje em dia. O 2º turno, assim, está configurado como uma mera prorrogação para confirmar Sandro Mabel como o novo prefeito de Goiânia.