Caiado avança para conquistar a tríplice coroa: Goiânia, Aparecida e Anápolis
O governador Ronaldo Caiado está a um passo – curto – de realizar uma das maiores façanhas da história política de Goiás: eleger os prefeitos dos três maiores centros urbanos do Estado, qual sejam Goiânia, Aparecida e Anápolis. Detalhe: em Aparecida e em Anápolis, a fatura já está liquidada, com a iminência das vitórias de Leandro Vilela e de Márcio Corrêa, respectivamente. Na capital, as coisas estão bem encaminhadas com a virada de Sandro Mabel sobre Fred Rodrigues, ainda não consolidada, mas ao alcance da mão, de acordo com as últimas pesquisas.
Ora, alguém dirá, em Anápolis o vencedor desenhado pela escalada das intenções de voto é Márcio Corrêa, campeão do 1º turno, quando Caiado apoiou a candidata do UNIÃO BRASIL Eerizânia de Freitas. Sim, é verdade. Mas Corrêa teve o apoio decidido do vice-governador Daniel Vilela e só não vestiu a camisa do MDB e sim a do PL em razão da necessária estratégia para garantir sem margem de riscos os votos bolsonaristas anapolinos. Pertence, portanto, ao campo político e ideológico de Caiado. E será um prefeito integrado à influência do Palácio das Esmeraldas, que ninguém tenha dúvidas.
Em Aparecida, Leandro Vilela está consolidado por todas as pesquisas como o 1º colocado no 2º turno, léguas à frente do adversário Professor Alcides – esse com um lugar de destaque na história das eleições em Goiás como exemplo de tudo o que um candidato não se deve fazer ou deixar de fazer. O Alcides, coitado, tropeçou nas próprias pernas, enquanto o Vilela fez bonito. Mostrou determinação, trabalhou de sol a sol e soube capitalizar o firme e decidido aval recebido de Caiado. O governador, a propósito, esteve em Aparecida em praticamente todos os fins de semana, desde o início do 1º turno. Não titubeou e não economizou na sua presença física ao lado do Vilela.
Porém, foi em Goiânia que Caiado empenhou com maior força o seu prestígio. No passado, governadores do MDB e do PSDB sempre se mostraram comedidos quanto a se envolver com a corrida municipal face a um eleitorado historicamente hostil com o governo do Estado. Caiado, não. Ele mergulhou de corpo e alma a favor de Mabel e não teve medo de chamar a briga para si próprio. Deu a cara no 1º turno e mais ainda no 2º, repetindo a dose e até aumentando, sem receio algum quanto a possibilidade de desgastes em havendo um desfecho negativo. Só que, a essa altura, a uma semana do domingo, 27, de votação, os astros parecem ter se alinhado em uma conjunção auspiciosa para Mabel.
Ao peso do apadrinhamento de Caiado, em um eleitorado onde o governador alcança aprovação superior a 86% e onde a política de segurança pública do governo do Estado se transformou no maior privilégio das cidadãs e dos cidadãos, soma-se agora o espólio eleitoral da petista Adriana Accorsi e do tucano Matheus Ribeiro – votos que só por um descuido, aqui e ali, iriam para Fred Rodrigues. Acrescente-se a adesão de Vanderlan Cardoso e a evocação do desastre administrativo protagonizado por um prefeito despreparado (Rogério Cruz), jogando luz sobre a exigência de capacidade de gestão para comandar o Paço Municipal. Todas as variáveis, todas mesmo, exceto o bolsonarismo radical, entraram em uma combinação capaz de eleger Mabel no domingo vindouro. E Mabel, de resto, está a milhões de quilômetros de qualquer veleidade esquerdista.
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A tríplice coroa das eleições em Goiás – Goiânia, Aparecida e Anápolis – projeta Caiado como um operador qualificado da política e um candidato a presidente da República superior aos concorrentes do mesmo espectro ideológico, com a única exceção – por ora – do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas. Não abaixo, no mínimo em nível semelhante. Caiado apostou alto e os louros vêm vindo aí.