Prestem atenção em Vitor Hugo. Ele tem tudo para ser um dos próximos senadores por Goiás
O vereador por Goiânia Vitor Hugo, ex-Major Vitor Hugo, do PL, vem esbanjando amadurecimento político e doutrinário. Longe de apenas se configurar como detentor de uma cadeira na Câmara Municipal da capital, aliás como o mais votado na eleição passada, ele mantém-se como um nome de repercussão nacional – o projeto de anistia que domina as articulações políticas em Brasília, como se sabe, é de sua autoria, e é citado pela grande imprensa como “avançado” e formalizado por “um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro”. A visibilidade de Vitor Hugo, portanto, é respeitável e amplificada, à frente das fronteiras estaduais.
Ele trabalha bem esse trunfo. Dá entrevistas e fala com desenvoltura com jornalistas de Goiás e de fora, até mesmo do exterior. Se já foi de extrema direita, hoje é um moderado, férreo defensor de uma aproximação com o centro ideológico como manobra indispensável para construir uma vitória eleitoral em 2026 e reocupar o Palácio do Planalto. Com Bolsonaro ou com algum representante que o capitão indicar e apoiar com força na campanha. Aos petistas, não se refere mais como inimigos, mas, sim, adversários – e da pátria, pela condução de um governo perdido em equívocos e caracterizado pela nociva tentativa de retorno a um passado de má lembrança.
Qual a importância de Vitor Hugo? Para Goiás, muita. Ele está com um pé no Senado, embalado pelas possibilidades de concorrer à mais alta Câmara Legislativa do país, no ano que vem, como candidato não só do mais autêntico bolsonarismo (e isso dá votos em um Estado de tradição política direitista), porém também integrando a chapa da base governista, a ser liderada pelo vice-governador Daniel Vilela. Estaria, assim, alinhado com o enorme potencial da trajetória irresistível da primeira-dama Gracinha Caiado como postulante senatorial, beneficiando-se, Vitor Hugo, dos reflexos de uma caminhada desde já vista como vitoriosa.
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De oposição ao governador Ronaldo Caiado, do qual tirou votos na disputa pelo Palácio das Esmeraldas em 2022, Vitor Hugo transformou-se em mais um aliado, valiosíssimo pelo exclusivo canal de diálogo de que dispõe com o Jair. É pelas suas mãos que o PL estadual aproximou-se de Daniel Vilela e foi pelas suas mãos que Daniel e Bolsonaro se encontraram para uma conversa de amigos, depois da qual o ex-presidente passou a enfatizar que o partido está livre para se compor com quem quiser em Goiás, apenas com a exigência de reserva para ele, Bolsonaro, do direito de indicar o candidato ao Senado.
Vitor Hugo tece com habilidade nos bastidores o acordo com Caiado para que o PL venha a respaldar o lançamento de Daniel Vilela para a sucessão estadual, com a estrutura governista retribuindo com apoio para a sua ascensão ao Senado. Não é um mero arranjo de interesses pessoais ou meramente partidários. Vai muito além: cria um eixo de poder com capacidade de unir a centro-direita em Goiás e garantir uma longa permanência na história regional, elegendo sucessivos governadores e formando maiorias parlamentares suficientes para dar estabilidade política para o Estado. No começo da sua carreira, Vitor Hugo foi pouco mais que um fanático. Evoluiu e hoje é um homem de ideias, não se pode negar, até mesmo quem não concorda com o que ele pensa. Ele, como deixou claro na sua longa entrevista dias atrás ao Jornal Opção (leiam aqui), mostrou que tem visão. Prestem atenção nele, leitoras e leitores. Ele tem tudo para ser um dos próximos senadores por Goiás.
