Centro-direita mira eleição de 40 senadores em 2026, com a contribuição de Goiás
O roteiro eleitoral da centro-direita brasileira para 2026 é claro como a luz do dia: priorizar a conquista de no mínimo 40 cadeiras no Senado da República, número que, somando-se aos 25 atuais senadores identificados com esse espectro ideológico, chegaria com folga à maioria absoluta ou os dois terços de votos necessários para a decretação de impeachment para ministros do Supremo Tribunal Federal – atribuição exclusiva da mais alta Câmara Legislativa do país. O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro repete todo dia essa meta para as eleições do ano que vem, enfatizando que esse avanço seria muito mais importante do que arrancar das urnas uma ampla frente de governadores.
Lula também já acordou para o que vem aí. Disse, na semana passada, que a esquerda precisa lançar os melhores nomes disponíveis para o Senado, “senão vão avacalhar com a Suprema Corte”. O problema é que o campo adversário exibe uma notável fartura de bons candidatos, ao passo que o aglomerado partidário liderado pelo PT padece de uma preocupante pobreza de quadros e simplesmente não tem postulantes de expressão para concorrer a mandatos senatoriais.
Goiás entre nessa conta como um Estado onde as duas vagas no Senado previstas para 2026, digamos assim, estão reservadas à centro-direita. Primeiro, pela ostensiva ausência de lideranças filiadas ao PT e siglas adjacentes com apelo junto ao eleitorado goiano. Hoje, depois da massacrante derrota na disputa pela prefeitura da capital, nem mesmo Adriana Accorsi pode ser considerada com chances. E depois, diante do enorme potencial da chapa a ser apresentada pela base governista, com Daniel Vilela para governador e a primeira-dama Gracinha Caiado e quase certamente o vereador Vitor Hugo, do PL, na corrida pelo Senado. Sim, Vitor Hugo, o xodó do Jair. Desde já, ele articula uma composição do PL com o UNIÃO PROGRESSISTA e o MDB para apoiar Daniel em troca de uma vaga na chapa majoritária, arranjo que marginaliza o senador Wilder Morais e sua suposta aspiração ao Palácio das Esmeraldas. Não foi Bolsonaro quem disse, literalmente, há pouco tempo, que, para o Senado pelo PL goiano, “não será quem você quer, Wilder”.
Wilder quer Gustavo Gayer. O ex-presidente, Vitor Hugo. Alguma dúvida, leitoras e leitores, sobre quem vencerá esse confronto de vontades? Vai dar Vitor Hugo na cabeça, com grandes possibilidades de vitória ao entrar no páreo ao lado de Gracinha e se beneficiar da mobilização da poderosa máquina governista. Seria uma solução capaz de fortalecer a centro-direita no Senado, algo que não aconteceria caso Goiás enviasse um tipo abjeto como Gayer para a sua representação parlamentar maior em Brasília. Nem Bolsonaro confia mais no desacreditado e desmoralizado Gayer, ainda depois que o gabinete do deputado na Câmara Federal foi flagrado roubando galinhas, ou seja, desviando verbas orçamentárias para o seu próprio usufruto. Não, não, a vez será definitivamente de Vitor Hugo.
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